E agora, depois de algum tempo; sinto como se tivesse que procurar por algo perdido, voltar a certo tempo, onde talvez não houvesse limites; conquistar o que não foi possível; lutar para não perder a batalha nesse tempo maluco que insiste em voltar e recordar de novo;
... Palavras repetidas, sentimentos inacabados, talvez desmotivados... É estranho, sinto, ouço, penso-me, calo e grito, para quem sabe num determinado tempo ou numa fração de segundos, algo me tire desse estágio e me transporte para um lugar...
Volto agora à minha infância, tudo aqui é saudade; saudade da criança que ainda explode dentro de mim; alguém que pensou exatamente num dia como hoje e o imaginou diferente, talvez eu também tenha desejado que fosse...
Mas daqui desse mundo ingrato, no meio de tanta fantasia, a realidade inesperada atual me leva a crer num mundo melhor, em dias melhores, histórias fantásticas e com personagens reais, que as façam acontecer e dêem a elas começo, meio e fim... É isso mesmo, uma coisa maluca que chamamos de vida; que nos coloca em contradição... E nesse mesmo transporte de passado e presente, vejo um futuro; ali com os olhos da minha fé quero e sinto que será diferente...
Tenho um desejo de mudar o que sou, mas não posso mudar o que sinto e nessa coisa de tentar entender vou simplificando com as mesmas palavras repetidas... Sentidos, desejos, ilusão, fantasias, conquistas, sonhos e a mesma contradição...
Mas acredito que se pudesse mudar, iria resumir em apenas uma palavra; humildade... Aqui tudo tem sentido próprio, porém, também se baseia numa coisa maluca, a qual ousa chamar Esperança.
Ivanilde Alves